Belo Horizonte // Reencontros

Fazia mais de um ano que eu estava tentando fazer essa visita ao Frank em BH.
Ele já tinha “desistido de mim”…eu mesmo tava quase desistindo de mim. (risos)

E de fato essa ida pra lá, da minha perspectiva, foi muito mais do que um reencontro de amigos (que a cada dia se tornam mais irmãos) diria que foi mais uma etapa de um reencontro comigo mesmo, de fazer coisas que eu amo, de realizar sonhos bobos (como pegar estrada de moto), de esquecer da vida improvisando um blues à dois por 18 minutos numa guitarra faltando uma corda e isso ser perfeito, de fotografar pela cidade…de ser parado do nada por uma moradora de rua e em uma conversa de 10 min aquilo se tornar um encontro de almas….de estar livre para sentir o viver, de provar novos sabores, novas paisagens, novas realidades, outras formas de viver a vida…tudo o que é tão único e tão corriqueiro ao mesmo tempo…e que carrega uma beleza sem tamanho pra mim. Sim, coisas simples me interessam.

A importância desses dias, das conversas, das músicas, das trocas, etc.. ainda reverbera aqui em mim, e como tudo o que é simples e mágico, vai ficar gravado na alma…naquela sessão especial de “dias memoráveis”. Dias inesquecíveis por razões que quando escritas podem soar banais (ou talvez me falte mais uma dose de poesia no momento) mas que quando sentidas dispensam qualquer explicação pra expressar o seu valor.

Obrigado, Frank por fazer da sua casa o meu lar por esses dias. Por me relembrar sem dizer uma palavra que “eu sou a minha própria embarcação”. Por me relembrar que a gente nunca está voltando: estamos sempre indo…não importa a direção. Por transformar gestos tão simples em coisas grandiosas, pela sua generosidade e sinceridade, pela sua capacidade linda de simplesmente ser e isso fazer a diferença. Gratidão, meu irmão…gratidão absurda.

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Vou intercalar um pouco de fotos e texto aqui, começar com um rolê pelo Centro de BH, pessoas, street…depois encontros com amigos, montanhas, lugares, etc…lifestyle e fechar com um ensaio que fiz do Frank com a sua motocicleta.

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O dia seguinte foi dia de acordar cedo, encontrar mais um amigo, ver o sol nascer tomando um café.
Moto na estrada, frio de lascar…meias grossas emprestadas. Durante esses dias eu fui canal de muitos, muitos sentimentos. Fui da gratidão à melancolia, da solitude de um quarto diferente às gargalhadas na mesa dos bares, fui da felicidade de estar ali em um breve “vôo solo” à saudade de quem estava ausente. De estar junto com um amigo compartillhando tanta coisa e por vezes em silêncio e isso não ser constrangedor. E no alto de uma montanha, pouco depois do nascer do sol – num dos últimos dias por lá - eu me dei conta de que desde a minha chegada ali eu estava em total estado de presença…como se estivesse em estado meditativo 100% do tempo, em um FLOW por dias a fio….coisa rara quando você é pai, marido, profissional…enfim, um adulto vivendo na bolha do dia a dia, na imensidão e a na solidão que muitas vezes é uma cidade grande. E me perceber nesse estado de presença por tantos dias sem precisar fazer nenhum esforço foi emocionante a ponto de brotarem lágrimas.

Clicando abaixo você vai ver o ensaio completo que eu fiz com o Frank e a sua moto nas “serras mineiras” e algumas fotos que o Frank fez de mim com câmera digital e analógica.

Caio BragaComment