O que o Corona Vírus nos ensina?

#CoronaVírus #empreendedorismo #transformação #sistemadetrabalho // Fotografia: www.caiobraga.com.br

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Desde 2016 eu e a minha esposa saímos da estrutura tradicional de 8 horas de trabalho diário (que era na verdade sempre mais de 8) e entramos em Home Office.

(O espaço de brincar da nossa filha é o próprio homestudio, como vocês podem ver na foto que ilustra este post.)

Todos nós que empreendemos, temos filhos e precisamos “fazer as coisas acontecerem”, sabemos o quanto somos exigidos diariamente.

Fomos durante muito tempo – e somos ainda – abençoados com uma rede de apoio muito dedicada dos meus sogros para ficar com nossa filha, e durante algum tempo, relutamos em deixá-la muitas horas na escola com o argumento de que ela precisava da nossa presença e atenção. O fato é que a pequena ficava 4 ou 5 horas na escola e quando ela voltava para casa no meio da tarde ainda estávamos à todo vapor. Ou seja, ela estava menos horas na escola mas não estávamos conseguindo dar uma atenção de qualidade quando ela chegava. E a solução foi deixá-la mais horas na escola para que quando ela chegasse pudesse contar com a gente por inteiro. (Caso queiram saber mais, nesse podcast em que fui entrevistado, eu falo entre outras coisas sobre empreendedorismo e paternidade.)

A quantidade de horas em que precisamos estar imersos no trabalho é grande demais. Tanto para quem é assalariado, faz hora extra e se desloca horas no trânsito, quanto para quem está em Home Office empreendendo, onde estamos 24/7 conectados à nossa empresa, ou somos literalmente a nossa empresa. E se você é mãe solo (situação de – pasmem – quase 40% dos lares) então, sabe bem a barra que é.

“O Corona Vírus chegou derrubando todos os pilares que construímos para manter esse sistema insano.”

Uma estrutura social onde somos obrigados a terceirizar os cuidados com os nossos filhos – e onde um grupo de pessoas ainda resolve exigir das escolas o respaldo – para continuar dando suporte à uma estrutura trabalhista que nos oprime.

E o Corona também mostra a fragilidade do nosso sistema e a fragilidade da minha posição como fotógrafo – só para dar UM exemplo – em que fico vulnerável em vários sentidos: eventos cancelados, menos oferta de trabalho, dólar aumenta subindo absurdamente o valor dos equipamentos como câmeras, computadores, etc. e ainda, em caso de contaminação, eu precisaria ficar isolado, afastado do trabalho e sem condições de faturar.

Sem entrar no quesito “agressividade do vírus” ou “periculosidade”…e muito menos na cultura do medo, a característica do vírus desmonta justamente a rede de apoio dos velhos que não pode mais acontecer, promove o fechamento das escolas que não têm condições de continuar amparando os pequenos e provoca uma necessidade real e urgente de reinvenção das escalas de trabalho, produtividade, metodologias…e obviamente causa uma reflexão sobre o cenário que construímos e chamamos de dura realidade.

É tempo de se recolher, ficar em casa, reorganizar das gavetas aos HDs, estudar, ler, aprender, reaprender o valor do toque, do abraço, de cuidar uns dos outros, de olhar ao mesmo tempo para dentro e para o outro, que são movimentos e direções que nos levam para o mesmo lugar de compreensão. É tempo de desacelerar e equilibrar o “Sem Pânico” com o “Não estou nem aí”, porque o vem por aí é muito sério. Tempo de reavaliar o valor do dinheiro; tempo de reavaliar o valor do próprio tempo.

Penso que o “Mestre Corona” nos faz um convite à mudança, nos provoca a buscar novos caminhos e mais do que isso nos mostra uma verdade que custamos a aceitar: a de que já estávamos doentes muito antes dele chegar.


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